Julgamento foi suspenso nesta
quarta-feira (2). STF ainda precisa definir o alcance da tese. Ministros
decidiram que delatores têm de apresentar alegações finais antes dos delatados.
Por Marcos Losekann, TV Globo —
Brasília

Julgamento que pode ter reflexos na Lava-Jato será concluído ainda este
mês, diz Toffoli. Foto: Reprodução
O presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse nesta quinta-feira (3) que
será concluído ainda neste mês o julgamento da tese que pode levar à anulação
de sentenças da Operação Lava Jato e de outros processos criminais.
Nesta quarta-feira
(2), por 7 votos a 4, os ministros
decidiram que réus delatados devem apresentar as alegações
finais (última etapa de manifestações no processo) depois dos réus delatores,
garantindo a eles direito à ampla defesa nas ações penais. Com isso, processos
em que réus delatores e delatados apresentaram as alegações finais ao mesmo
tempo – como os da Operação Lava Jato – podem vir a ser anulados.
Após a decisão, o julgamento foi suspenso,
sem data para ser retomado. Para que seja concluído, os
ministros ainda precisam definir em quais situações a
sentença pode vir a ser anulada.
"Ainda este
mês, com certeza [o julgamento] será finalizado", afirmou o ministro em
entrevista à TV Globo. Toffoli afirmou que não será na próxima (dia 9,
quarta-feira) – o Supremo tem sessões do plenário às quartas e quintas.
De acordo com o
presidente do STF, provavelmente a discussão não poderá ser retomada na próxima
quarta-feira (9) porque nem todos os ministros poderão comparecer às sessões do
plenário da próxima semana. Ele disse que, para esse julgamento, não abre mão
da presença dos 11 ministros.
"Esse é um
tema importantíssimo, de orientação pra sociedade. Precisa estar a corte com
todas as cadeiras presentes", afirmou.
Sobre a
possibilidade de a corte chegar a um consenso em relação ao assunto, Toffoli
disse que a decisão é por maioria e que o consenso nem sempre é possível.
"Em um
colegiado, o consenso nem sempre é possível, e a decisão é por maioria. É
exatamente por isso que eu vou aguardar o quórum completo para trazer a minha
proposta a votação", disse.
Segurança jurídica
O presidente do STF
citou ainda a importância de o tribunal criar uma jurisprudência sobre o tema,
um entendimento que orientará julgamentos semelhantes nas demais instâncias em
todo o país.
"As decisões
do Supremo, elas devem ser muito bem esclarecidas para toda a sociedade e muito
mais para o próprio sistema de justiça, todos os juízes e tribunais do país,
que aplicarão esses precedentes, todo o sistema de justiça, o Ministério
Público que acusa, a advocacia e a defensoria pública que fazem a defesa",
declarou.
Para Toffoli, a
decisão também trará segurança jurídica e evitará "problemas
futuros".
"[Criação de
jurisprudência], isso é para evitar qualquer tipo de problema futuro. Trazer
segurança jurídica e previsibilidade de que o processo está dentro da
Constituição. Ampla defesa garantida, contraditório garantido, e o processo
estará então firme, sem problemas futuros", disse.
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